Monday, May 13, 2013

Magia, feitiçaria, bruxaria... Estamos todos sob um encanto!

© Alvaro M. Rocha - Todos os direitos reservados




Magia não é ilusionismo

Embora se confunda ilusionismo com Magia, e esta última - antigamente conotada com grandes magos e feiticeiros - tenha caído no ridículo, facto é que, como sempre, funciona e funciona implacavelmente bem, de tal maneira, que todos estamos enfeitiçados.

Vou tentar neste artigo introdutório explicar a base da Magia, naturalmente ainda de uma forma muito a roçar a superfície, e de muito longe.




Magia

Não é ilusionismo, já vimos, embora o ilusionismo seja uma forma de encanto.
Não são rituais escaganifobéticos. Não são palavras mágicas.
Nada tem a ver com cartas, planetas, sons, fluídos, passes magnéticos ou invocações.

Tudo o acima descrito, e outros que tais, são ferramentas típicas de alguém que se inicie nas artes, mas não são Magia.

Relembrando indirectamente um artigo meu anterior: São formas de fazer chegar a vontade focada (descrita em textos sagrados como homem, masculino, semente) com muita intensidade ao sítio responsável pelos actos descritos como Mágicos, a mente inconsciente (ou como é definida em muitos textos sagrados, a mulher, feminino, útero) para provocar um determinado efeito (descrito em textos sagrados como criança, filho, descendência) que por sua vez desencadeará todo o processo necessário para que se manifeste (descrito em textos sagrados como gravidez, dor, tribulação).




O que a Magia é?

A Magia é o processo normal de manifestar na realidade, em maior ou menor grau, seguindo leis universais, o que existe na mente inconsciente.


Funciona?

Sem sombra de dúvida, a toda a hora. Estamos sempre a lançar e a receber feitiços. E permanentemente enfeitiçados.




Feitiços, encantos, amarrações e anúncios do Correio da Manhã

É impressionante como este conceito tem vindo a ser distorcido quando no fundo é apenas um processo de induzir um estado de espírito numa pessoa recorrendo a métodos externos. É uma forma de tentar programar uma pessoa a que se programe a ela própria.

Incutindo pensamentos no inconsciente, temos efeitos na realidade, eventualmente subtis numa fase inicial mas desencadeando no tempo uma cadeia de acontecimentos com tendência a potenciar progressivamente os ditos pensamentos.

As palavras (normalíssimas, como neste texto) são um excelente exemplo de um feitiço.
Codificamos num som ou num símbolo um determinado significado, que o interlocutar pode ou não aceitar. Se acreditar na mensagem então pode considerar-se enfeitiçado, sob efeitos induzidos pelo emissor da mensagem.

Mas uma coisa entenda-se já, o leitor acredita nos caracteres, nas letras, que decerto aprendeu em tenra idade, e é essa crença, esse código, que lhe permite apreender o significado que, por sua vez, pode ou não fazer sentido mas, até lá, entrou na sua mente e provocou efeitos. Até um certo ponto estou já a provar condicionamento inconsciente, fundamental na Magia. Mas são prosas para outros capítulos...


Não é a varinha de condão que resulta mas a crença (da feiticeira) que a mesma (varinha) concentra a vontade e manifesta-a



Força do feitiço e como escapar a um?

A programação só tem efeito se chegar ao inconsciente. A sua Força é infinita.
Existe um mecanismo do corpo que avisa que o "código" está muito perto de ser compilado e instalado no subconsciente. Esse mecanismo são as emoções.

Quanto maior o conteúdo emocional na altura de um pensamento, maior a probabilidade de todo o contexto ser "instalado" no subconsciente e iniciar-se a sua manifestação na realidade.

Este mecanismo pode ser invertido, ou seja, começar por provocar uma emoção intensa e depois implantar pensamentos nesse estado. Tal engana a mente e impressiona (tecnicamente é imprime, eu sei) esse "significado" no inconsciente, mesmo que (o pensamento) faça pouco sentido. Há, portanto, maneiras de dar a volta e passar ao lado do consciente (o hipnotismo, por exemplo).

É por isso que alguns rituais fazem uso de sacrifícios, porque geram, em teoria, uma emoção tremenda e praticamente desligam o consciente. Quem está envolvido pela primeira vez num acidente ou algo emocionalmente intenso, entende que o tempo abranda, e que o corpo entra num estranho modo automático cheio de adrenalina - neste ponto é preciso cuidado porque está tudo a ser implantado no inconsciente.

Pela mesma razão, os templos de adoração são magnânimes, enormes e plenos de símbolos que provocam espanto e invocam poder, despertando todo o tipo de emoções que desarmam e abrem o interlocutor a praticamente qualquer tipo de sugestão e a um desejo de pertença e missionismo (não sei se esta palavra existe).

Aliás, a emoção é já como que um "ensaio" que manifesta no corpo físico as sensações da nova realidade que os pensamentos se destinam a manifestar. Se as sensações são péssimas, não haja dúvida que é isso, esse tipo de sensações, que se vai manifestar fisicamente em metafóricos maus eventos à posteri. E é incrível como tanta e tão boa gente se deleita em maus pensamentos, por ignorância, que pouco tempo depois se manifestam à sua volta provocando tristeza e induzindo-os novamente (novos maus pensamentos) sob emoção intensa, criando um ciclo vicioso de sofrimento.




Então porque alguns feitiços parecem falhar? (para os leitores do Correio da Manhã)

Obviamente existe uma condição sine-qua-non para que qualquer feitiço funcione, e entenda-se que aqui se faz uso da palavra feitiço generosamente por ser um contexto apropriado (pode ser também chamado de sugestão, influência, instrução, indução, crença, valor, etc) essa condição é acreditar.

Se não houver, por parte dos intervenientes no processo, crença (ou no significado, ou implantada no meio de um circo emocional (drogas também resultam)), a vontade não compra a sugestão e, consequentemente, não a implanta no subconsciente - não haverá qualquer tipo de manifestação.

Esta perda de crença, fé, credibilidade, pode ocorrer em qualquer altura e interromper até o mais poderoso dos processos de manifestação, quebrando imediatamente no inconsciente o código que deixou de ser "verdade".

Entenda-se que a crença (implantada no inconsciente) do "feiticeiro" também condiciona e se manifesta na realidade mas a coisa complica-se quando há mais que uma vontade ao barulho e são cenas para próximos capítulos, se me decidir a ir por aí. Vejamos então, de uma forma simplista, como escapar.




A Verdade libertar-te-á


Muito mais real que o que parece, esta sábia expressão. Convém definir verdade.
Verdade é simplesmente aquilo em que se acredita, nem mais, nem menos. E verdade seja dita, aquilo em que se acredita está sempre a mudar. Consequentemente, está também sempre a mudar o que se manifesta à volta da mente responsável pelas manifestações.

No entanto nem sempre se sabe aquilo em que se acredita. Existe um outro termo que define "aquilo que é comprovadamente verdade" (entenda-se, na mente de cada um) e esse termo é "fé". Aquela coisa que também "salva".



Qual a Verdade absoluta? Mas a verdade absolutamente verdadinha!

Ironicamente é precisamente a que cria imunidade a qualquer tipo de feitiço e é o ponto de origem de toda a criação.

Eis-me agora a ousar presentear a humanidade com a resposta à pergunta que tantos filósofos dizem impossível de responder, e a Verdade é: O Silêncio e Quietude absolutos, o Nada. Poupando ao leitor o trabalho de perseguir a verdade extrema, todos os caminhos vão dar a esta paz absoluta interna e de lá vem tudo o que absolutamente desejar criar.



Provas, que isto tudo soa muito a paleio xunga new-age...


Comecemos pelo feitiço mais comum na sociedade: palavras mágicas escritas em papel que são de tal forma poderosas que algumas pessoas matam sob esses feitiços. Estes encantos causam grande felicidade e grande sofrimento e são normalmente usados todos os dias. São, de momento, dos maiores feitiços da Terra de tal forma que já nem precisam existir fisicamente para exercer efeito. Nada mais é necessário em Magia que a imaginação.

Na Europa, as palavras mágicas de maior poder actualmente, escritas em "papiros" que recorrentemente guardamos nos bolsos, são: 500, 200, 100, 50, 20, 10 e 5.


As palavras em si, e símbolos, como dito acima e como já vimos, têm efeito porque se acredita (que têm). Se não for entendido, nem pelo emissor nem pelo interlocutor, o significado de uma tremenda expressão em aramaico com potencial mágico imenso que sempre resultou ao longo das eras, não vai resultar.

Postulo também que muita a gente a acreditar (mesmo que) "pouco" ou mal, tem muito mais poder que apenas um Mago muito poderoso a fazê-lo, e existe interacção - aqui não a explico ainda.

A melhor maneira de fazer Magia é "enfeitiçar" muita gente aos poucos. Assim de mansinho não se apercebem de que tudo o que basta para saírem desse estado, é parar de acreditar. Isto porque aquilo em que acreditam parece simples, útil e inofensivo. Um grande exemplo de tal método é a comunicação social, ela própria vítima dos seus próprios "trabalhos" e "amarrações" (crenças).


Um feitiço poderoso que parece não ter qualquer efeito em cães...



Existem mais formas de induzir controle de comportamento (induzir emoções e consequentemente crenças) sobre um grande número de mentes, desde a infância (quando há menor auto-controle consciente e o inconsciente papa tudo sem discriminar). A partir do momento que a mente assume um compromisso com um feitiço, fica presa a ele. Isto até que a "crença" desapareça porque, até lá, É a Verdade.


Quantas emoções estes traços e cores despertam de imediato? (até nas fêmeas!)



Um símbolo tem o poder tremendo de invocar o "significado" em que se acredita, e pior ainda, de imediatamente despertar o tal cocktail de emoções que desliga o consciente e de implantar tudo o que der jeito.

Força bruta, outro modo de induzir crença

Há mais maneiras ("feitiços") de fazer um "significado" permear a mente, tais como a sedução, a violência, o fascínio, objectos (luxo, raros, intimidatórios, etc.) sendo que todas envolvem uma manipulação da verdade (de uma crença) e desarme, influenciando a percepção.

Tal destina-se a tentar implantar uma nova "crença", de forma a manifestar uma realidade que convenha ao emissor do feitiço (mesmo que a grande maioria o faça inconscientemente, fica aqui uma explicação à luz do contexto "mágico", é óbvio que se podem traçar paralelismos com explicações igualmente plausíveis por parte da psicologia, engenharia social, programação neuro-linguística e outros que tais - estamos a falar do mesmo utilizando metáforas diferentes).

Obviamente muitas das vezes a própria pessoa pode (com o pensamento "avariado" típico de hoje em dia) lançar feitiços sobre si própria. Coisas que habitualmente induzem emoções conflituosas e estados de espírito que incentivam pensamentos "negativos" que manifestam à volta condições opressivas e depressivas. Consequentemente enriquecem os grandes "feiticeiros" que são os médicos, as companhias farmacêuticas e toda a indústria curandeira e (des)governos.



Qual o poder de uma nota de 500 euros? 
Ou de um clube de futebol? De um partido político ou um actor famoso?

Repetindo-me mas enraizando a ideia, o poder é a crença, despertada por um ícone, um símbolo, que  a dilui com emoções passando ao lado do racional. Essa combinação de significado com emoções implantam e concedem à crença todo o poder do mundo de permear a mente do interlocutor e criar uma realidade (sempre criada pela mente com a respectiva crença) que pode ser manipulada por quem lança os feitiços.

Permitindo-me ser simplório na linguagem, acaba o regabofe quando a malta parar de "acreditar".

Os grandes feiticeiros da nossa época (alguns dos aspirantes a magos com mais visibilidade mas ainda bem no fundo da cadeia alimentar dão pelo nome de marketeers e opionion-makers) sabem perfeitamente que sem implantar crenças a uma escala industrial estão tramados pois quanto maior forem os seguidores, mais exponencial é o seu controlo e aparente invulnerabilidade. Nada é, portanto, mais prioritário que manter um sistema de crenças livre de qualquer dúvida, lançando-se para isso dúvidas sobre outros.

Consequentemente, não havendo alteração de sistema de crenças, as manifestações dos efeitos na realidade continuarão a ser os mesmos.

Mudar o mundo é, de facto, nada mais que mudar as crenças.


Tenho um Ferrari. Acredita que sou poderoso!
Porque se não acreditares, não sou... E de nada vale ter enfeitiçado o vendedor com tanta massa.


Qual a melhor maneira de perder/alterar/ser imune a crenças?

Sendo que muitas estão enraizadas de tal forma apenas o hábito contrário pode demover algumas.

Entenda-se por hábito contrário a desobediência, o não cumprimento.
Aviso que o inconsciente tem muita força a recorrer e que tal método gera resistência e resultados contraditórios (na realidade física) que tentam trazer a mente de volta à crença. Sempre que houver emoções à mistura então é porque ainda há "significado", ainda há "código" a tentar entrar passível de causar incómodo. As emoções são o barómetro do corpo a indicar que a realidade pode ser (do nosso ponto de vista) negativamente controlada pelos pensamentos.

Temos então que o melhor método seria, não havendo a opção de em nada acreditar, acreditar noutra verdade, alternativa e que faça sentido consciente e que não desperte mais nada que não muita paz e, de início, alívio tremendo (a prisão de uma crença consome muita energia). Isto porque "negar" não é "não acreditar", é decidir não acreditar numa coisa que se acredita. Confuso? Coisa também para outro artigo...


Um excelente contra-feitiço embora seja em si outro feitiço... desperta emoções e implanta uma ideia...
Só quando existir serenidade, paz, ausência de emoções, se está no caminho da imunidade.


Epílogo

Note-se que abordei ainda o assunto muito superficialmente e muito não disse, incluindo:
Um verdadeiro mago reconhece emoções e controla-as em seu benefício e do da humanidade. Amor (não é uma emoção) e Medo (muitas ao mesmo tempo) são grandes armas do arsenal de quem sabe o que faz, e de quem não sabe. Uma real, outra com base em crença de coisas como passado, futuro, posse e vulnerabilidade.

As ferramentas enumeradas no início (rituais, mezinhas, etc.) destinam-se a formatar as crenças/vontade de tal maneira focada de forma a que os efeitos sejam rápidos e tremendos. Fazem uso focado da tecnologia com que nascemos mas não são a tecnologia em si. Muitos fazem isso sem querer e contra si próprios e os outros.

É, por isso, importante entender a tecnologia biológica, física, mental e emocional (e espiritual) por trás da coisa e conhecer esse indomável que é o inconsciente. Tal não é conhecer a Verdade mas apenas tentar implantar uma crença não conflituosa e imune a influências externas que impeça tanto sofrimento. Coisa para outros artigos, perdoem utilizar tanto esta expressão...

Beijos e Abraços,
AMR

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